25.3.12

"...um em um milhão..." Clichês, Macacos e Mamutes...


Nesse Sábado dia 24/03 fui ao cinema ver John Carter Entre Dois Mundos (ou Conan do Espaço), adaptação de Uma Princesa de Marte, obra do mesmo criador de Tarzan, Edgar Rice Burroughs, sem duvidas o filme divertiu bem, ele conta a historia de John Carter, um humano que através de um objeto magico é enviado para Marte, ou Barsoom, onde a gravidade faz com que ele se torne um ser incrivelmente poderoso que pode dar grandes saltos e ter grande força, em Barsoom existem extraterrestres de quatro braços, guerreiros RPG, macacos gigantes, princesas, entre outras coisas, o resto é John tentando voltar para a Terra e salvar Barsoom da tirania, enfim, para quem busca um enredo com muita ação, heróis, vilões, seres mágicos, guerras, aventura, extraterrestres e comedia (afinal, estamos falando de uma produção da Disney) John Carter Entre Dois Mundos é um prato cheio, mas sinto desapontar aqueles que buscam uma historia 100% original com fatos únicos na qual você possa falar para os amigos “É Incrível, Isso Não Tem Em Nenhum Canto!”, John Carter apesar de ser uma história bem antiga, para os dias de hoje em que já nos impressionamos e nos surpreendemos com tudo, podemos dizer que ele acaba se tornando Clichê, claro que foi um dos pioneiros do segmento, mas é sobre isso que eu venho falar, afinal, o que realmente é inovação no mercado e o que são os terríveis clichês?


Clichê ou Cliché: Uma ideia relativa a algo que se repete com tanta frequência que já se tornou previsível dentro daquele contexto, exemplo, em romances, filmes e telenovelas, "o mordomo é sempre o culpado do assassinato do patrão", "o herói no final mata o vilão" etc.

Não é de hoje que historias com a mesma base de John Carter fazem sucesso no mundo pop, um herói improvável, rebaixado, humilde, ou diante de seres incríveis é apenas um humano, que consegue atos incríveis derramando ao publico doses de Autoestima, força de vontade e superação, por exemplo, Naruto era excluído de todos e órfão, Anakin Skywalker era apenas um garoto humilde, Frodo pertence a uma raça considerada fraca e desconhecida, Yusuke Urameshi era apenas um Badboy, Harry Potter era apenas um garoto normal e órfão, entre muitos outros, Apesar de clichê, sem duvidas é um segmento que até hoje produz grandes sagas. Ao assistir John Carter percebemos grandes semelhanças com Avatar, um humano que vai para outro planeta, conhece uma princesa que por causa dela decide adotar a sua causa e salvar seu mundo dos adversários, não li os livros de Uma Princesa de Marte para falar “mas a história original é beeeem diferente da contada no filme...”, mas vocês entendem onde eu quero chegar, até onde um clichê pode estragar e melhorar uma história?

Um grande exemplo de pessoas que souberam aproveitar um clichê, é uma das maiores, se não a maior e mais aclamada revista que trata de publicações de mangá no Japão, a Weekly Shōnen Jump, o mote da revista é “Esforço, Amizade e Vitória”, sagas de jovens tentando se superar e atingindo seus objetivos, levado a risca por seus autores, dão ao mercado o que o publico realmente quer, o mote da revista é o seu pote de ouro no fim do arco-íris, porém, apesar do clichê, o que diferencia são os temas seguidos, desde ninjas há guerras contra extraterrestres, o traço limpo, cenários detalhados, muita ação e speedlines, sem duvidas um grande exemplo de clichê que fora aproveitado de modo sábio e levado a sério, pois Mangás são uma fonte de renda extrema e séria para o país.

Em O Senhor dos Anéis podemos notar uma inovação em um clichê, Frodo é um herói improvável que tem o destino do mundo em suas mãos, um anel de poder que precisa ser destruído nas chamas da Montanha da Perdição onde ele fora forjado, e com isso todo império do mal chegaria ao fim, o anel maligno tem poder de corromper quem o carrega, então no ultimo momento, a beira da montanha da perdição quando Frodo finalmente vai jogar o anel nas chamas do vulcão ele decide que não quer fazer isso e agora o anel é dele, Gollum que também desejava o anel salta nele e arranca o anel junto com o seu dedo caindo na lava do vulcão, resumindo, no final da jornada o Herói não salvou o mundo e fora corrompido, e o vilão em um ato de maldade acaba por destruir o Anel salvando a todos, Tolkien surpreendeu a todos, esse sem duvidas é um grande exemplo do que podemos chamar de inovação em um suposto clichê; Em certos casos é errado julgar um filme se é bom ou ruim pelo seu clichê, pois, como na Shonen Jump, o importante é o conteúdo, que se for feito de forma certa pode trazer muita prosperidade a história.

Chegamos à resposta da questão “Até onde um clichê pode estragar e melhorar uma história?”, mas O que acontece com todos os filmes clichês sem inovação que cansamos de ver? O que á de errado com seu publico, por que isso acontece?


Segmentos que muita gente não aguenta mais nem ouvir falar são encontrados em filmes de ação, a velha história da mulher que é raptada ou assassinada fazendo com que seu namorado ou marido fodão busque vingança e vá quebrar a cara de todos os mal caráteres que mexeram com ela (Steven Seagal sabe bem como é), é um exemplo de clichê tão usado que precisaria de um grande diretor para inova-lo, sem duvidas a culpa são diretores que visam mais o lucro do que realmente a alma da história, tratando seu publico como macacos, “eles gostam de vingança, dê vingança a eles” e isso sem duvidas é algo muito comum no mercado, achar realmente a inovação é um papel difícil e que muitos até mesmo agem com certo preconceito, só conseguimos ver grandes inovações no cinema, da maioria das vezes em filmes desconhecidos, independentes, estrangeiros, e de baixo custo, escondidos das massas pelo imperialismo americano sempre com clichês, explosões, atores famosos e efeitos especiais e tudo aquilo que eles tentam nos-empurrar. Nesse fato percebemos que as massas estão alienadas ao que empurram a elas, e das mesmas, acabam se fechando a não aceitar inovações e acabam se conformando com isso (quem nunca ouviu velhotes falarem que só assistem ou escutam coisas se forem dos anos 80 para baixo ou gente que só assiste filme se for americano e de ator famoso? e quem nunca ouviu "Odeio filme Brasileiro!!!"?), sei que muitos de vocês que concordam com essa opinião estão de mente aberta e livres desse “imperialismo” e alienação, mas infelizmente ainda somos minoria e assim o mundo se segue com seus mamutes e macacos.



Então é isso, Obrigado a Todos Pelas Visitas \ô/
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Inté a Próxima!!!



Um comentário:

Raquel Oosaki J-mundo disse...

Abaixo o imperialismo \o/
superando uma postagem atrás da outra ne senhorito?! (;
o clichê é uma praga da modernidade, mas seu uso com moderação, trás coisas bem legais para o entretenimento xD